há uma inteligência das atracções e das repulsas. falava na televisão um certo político pelo qual tenho uma autêntica aversão; mas, num primeiro momento, confundi-o com um outro que me é simpático. contudo, o que sentia era, olhando para ele, uma vaga e inexplicável repulsa. apesar do erro das minhas faculdades de reconhecimento, o instinto que fareja o desprezível raramente se deixa enganar.
num sonho que tive uma destas noites, o meu livro era lançado perante um grupo de idosos, babando-se e desentendendo-me, arrastando garrafas de oxigénio e assoando-se ruidosamente. e não, não foi propriamente um pesadelo: nesse sonho, fazia sentido que me tratassem de «jovem autor».
1 comentário:
Sossega,que dentro do quadro em que te moves, tudo o que é mais velho do que tu, reformou-se. Isto não quer dizer que quem se reformou o tenha feito no limite das suas capacidades físicas. Fê-lo em nome da preservação dos seus limites de resistência intelectual, emocional, psíquica, relacional...
Depois há os da tua idade que se não se podem ir embora, mesmo invocando os mesmos motivos. Resta-lhes a ficção como exercício terapêutico.
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