SUBTÍTULO ELUCIDATIVO: UMA HISTÓRIA QUE NÃO SERÁ APRECIADA POR NENHUMA DAS CRISTINAS. NEM POR QUEM QUER SE CHAME «CRISTINA». NEM, É CLARO, POR QUEM TENHA OUTRO NOME QUALQUER.
O resultado dos trabalhos dessa sinistra e frankensteiniana figura, que era o Comendador, consistia, em poucas palavras, na fusão de um cão e de um gato.
O híbrido, a quem o Comendador dera o nome de Hibro, tinha uma cabeça de gato listado e uma outra cabeça de buldogue.
Uma das Cristinas, gémeas de nome, mais propriamente a Cristina, adorava o gato e detestava o cão.
A outra, que era a outra Cristina, odiava o gato e adorava o cão.
Como as Cristinas intuíam que, de facto, não existiam ali propriamente um gato e um cão, mas uma entidade única, um gatocão ou um cãogato, e não queriam perturbar nem ofender nenhuma das metades, tinham todo o cuidado para não desrespeitar a cabeça de animal que lhes desagradava. E, portanto, ambas tratavam muito bem as duas cabeças, principiando até, quem sabe, a desenvolver um certo carinho por qualquer delas.
«O que temos», rejubilava o Comendador, «é que talvez a experiência não tenha sido em vão. Pode ser que conseguíssemos que a Cristina passe a gostar de cães, e a Cristina a gostar de gatos. Ou será ao contrário?»
«Tem toda a razão, Excelência», respondeu Humboldt.
Mas não prestemos a menor atenção à sua resposta. Todos sabemos como Humboldt era um mero bajulador
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1 comentário:
Eu que sou gato, põe-me o pêlo em pé esta tua história. Conciliar o inconciliável,contentar todos...
O problema de qualquer gato (ou humano)é ter que fazer opções
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