sexta-feira, fevereiro 12, 2010
o poço
a génese do ressentimento está na boca, na barriga e nos braços. depois, irá conspirar nos ombros, nas costas. alimento-o, raivosamente, como a uma fera num poço. nunca nos libertaremos um do outro: o monstro olha a essência do meu olhar que o olha. todo ele é ódio a tudo e a mim. na essência do meu olhar misturam-se terror, inspiração, uma competência cruel, suicida e vingativa. intensamente, o animal viaja o seu viajar sobre si mesmo, que o aprisiona mais. ninguém pode adivinhar esta aliança oculta nas minhas raízes. ninguém pressente a maléfica eternidade de uma memória que feriram. porque a sua viagem nunca cessa: nem mesmo após eu ter perdoado.
Subscrever:
Enviar feedback (Atom)
1 comentário:
Isso não é um poço, mas um autêntico buraco negro...
Enviar um comentário