sábado, maio 26, 2012
ADN
No caso de certas pessoas, a falta de educação tem certamente de ser genética.
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a estupidez é arrogante e tende a impor-se
quinta-feira, maio 17, 2012
UTOPIA
A célula de uma sociedade é, segundo o meu modelo utópico, o bairro.
Nunca o casal. A experiência tem-se encarregado de me mostrar que um homem e uma mulher não estão fabricados para conviverem quotidianamente. Que se amem, se encontrem, partilhem gloriosos momentos de euforia, muito bem. Mas a coexistência no dia-a-dia é, precisamente, a experiência de uma incompatibilidade permanente: seja o resultado a guerrilha desgastante ou a escravização e a infelicidade de um deles, a verdade é que se trata sempre da morte do sonho e do amor. Se as razões são genéticas, se culturais, ainda não decidi. Para já, basta-me o facto. [E se não se tratar de um casal heterossexual, podem as coisas funcionar melhor? Tenho muitas dúvidas...]
A célula não seria também a família nuclear, com a vinda de filhos que só brevemente não virão desarranjar e complicar o "agregado", com as suas fases, aprendizagens, rebeldias, tiranias, dramas e borbulhas; nem a família mais extensa, agravada pela multiplicação de conflitos geracionais e a óbvia falta de espaço; mas também não creio que a célula fosse, alternativamente, a "comuna": amigos que se reúnem para uma vivência colectiva, com diferentes sensibilidades e horários, diferentes momentos de boa ou de má disposição, partilhando toalhas e giletes. A reunião dos amigos tem de ser um dia de festa, brinde e brincadeira. Copos e conversa. Ritos e risos. Mais do que isto, parece-me excessivo.
O que significa, então, "o bairro"? Que estamos todos perto uns dos outros, mas em espaços demarcados. Que a minha casa não dista da casa da mulher que amo, mas ninguém me vem dar ordens sobre a gestão do espaço ou da economia, mesmo que eu deixe a roupa por apanhar. Neste bairro deverá haver, aliás, lavandarias e engomadorias a uma distância franqueável. As crianças ora estão comigo, ora estão com a mãe, com os avós ou com os nossos amigos - ou com os seus amigos. [E reparo que é um pouco para esse modelo que se encaminham, mas aí, de certa forma, por acaso, as "separações amigáveis"]
Nesta visão de uma sociedade evoluída, formada por bairros com trocas e ligações entre si, teriam de ser abolidas várias instituições sem outra utilidade que não a de engordar e crescer à custa dos cidadãos. O Estado. A Escola. Mas, antes de todas, a instituição que deverá ser abolida imediata e primeiramente é a associação do condomínio.
Nunca o casal. A experiência tem-se encarregado de me mostrar que um homem e uma mulher não estão fabricados para conviverem quotidianamente. Que se amem, se encontrem, partilhem gloriosos momentos de euforia, muito bem. Mas a coexistência no dia-a-dia é, precisamente, a experiência de uma incompatibilidade permanente: seja o resultado a guerrilha desgastante ou a escravização e a infelicidade de um deles, a verdade é que se trata sempre da morte do sonho e do amor. Se as razões são genéticas, se culturais, ainda não decidi. Para já, basta-me o facto. [E se não se tratar de um casal heterossexual, podem as coisas funcionar melhor? Tenho muitas dúvidas...]
A célula não seria também a família nuclear, com a vinda de filhos que só brevemente não virão desarranjar e complicar o "agregado", com as suas fases, aprendizagens, rebeldias, tiranias, dramas e borbulhas; nem a família mais extensa, agravada pela multiplicação de conflitos geracionais e a óbvia falta de espaço; mas também não creio que a célula fosse, alternativamente, a "comuna": amigos que se reúnem para uma vivência colectiva, com diferentes sensibilidades e horários, diferentes momentos de boa ou de má disposição, partilhando toalhas e giletes. A reunião dos amigos tem de ser um dia de festa, brinde e brincadeira. Copos e conversa. Ritos e risos. Mais do que isto, parece-me excessivo.
O que significa, então, "o bairro"? Que estamos todos perto uns dos outros, mas em espaços demarcados. Que a minha casa não dista da casa da mulher que amo, mas ninguém me vem dar ordens sobre a gestão do espaço ou da economia, mesmo que eu deixe a roupa por apanhar. Neste bairro deverá haver, aliás, lavandarias e engomadorias a uma distância franqueável. As crianças ora estão comigo, ora estão com a mãe, com os avós ou com os nossos amigos - ou com os seus amigos. [E reparo que é um pouco para esse modelo que se encaminham, mas aí, de certa forma, por acaso, as "separações amigáveis"]
Nesta visão de uma sociedade evoluída, formada por bairros com trocas e ligações entre si, teriam de ser abolidas várias instituições sem outra utilidade que não a de engordar e crescer à custa dos cidadãos. O Estado. A Escola. Mas, antes de todas, a instituição que deverá ser abolida imediata e primeiramente é a associação do condomínio.
sexta-feira, maio 11, 2012
A VIDA LÁ DE CIMA VISTA CÁ DE BAIXO
E é inevitável: assalta-me uma imensa tristeza quando penso na possibilidade de que, neste momento de crise e solidariedade nacionais, também Cristiano Ronaldo ou Tony Carreira possam perder o subsídio de férias e o de Natal.
segunda-feira, maio 07, 2012
A ESQUERDA E OS IMPOSTOS
Considero-me de esquerda por três razões, que pesam precisamente por esta ordem: 1. sociais; 2. culturais; 3. afectivas; 4. ideológicas.
O facto de a esquerda como ideologia, ou conjunto de ideologias, ser a última das minhas preocupações na posição que assumo, não significa que não "teorize". Faço-o, e abundantemente. Mal ou bem, mas com abundância. Significa só que não me sinto preso a teorias, e que desrespeito alegremente, quando me parece que assim deva ser, o património filosófico da esquerda, ou ideias que se admitiram como seus princípios e bandeiras.
A questão dos impostos entronca nestas considerações.
Porque sempre ouvi defender, à esquerda, que os impostos são o contributo, para a sociedade, do cidadão com mais posses; são o meio do equilíbrio e da justiça sociais. São o carimbo da solidariedade.
Sê-lo-iam, sem dúvida, numa sociedade correcta, com um Estado justo e marcado por preocupações de equidade. São porventura o contrário disso, quando se trata de sobrecarregar a classe média em tempos de crise, para que o seu dinheiro ajude a salvar Bancos e empresas que a má gestão e os salários inadmissíveis puseram em perigo. São o contrário disso, quando se trata de uma repartição desequilibrada, que engorda o próprio Estado, mas não a Saúde nem a Educação públicas. São o contrário disso quando se trata de partir a espinha dorsal à função pública, numa insensibilidade que brada aos céus. São-no, quando o "fisco" se transformou num monstro total, cego e surdo, que alia a burrice à burocracia, devorando haveres, não pagando o que deve a tempo, leiloando, em hasta pública, casas e bens de quem não pôde cumprir, lançando famílias inteiras na miséria, sem um "desculpe" nem uma tentativa de solução.
A importância dos impostos para o equilíbrio e a justiça sociais?
Senhores, ide à merda!
O facto de a esquerda como ideologia, ou conjunto de ideologias, ser a última das minhas preocupações na posição que assumo, não significa que não "teorize". Faço-o, e abundantemente. Mal ou bem, mas com abundância. Significa só que não me sinto preso a teorias, e que desrespeito alegremente, quando me parece que assim deva ser, o património filosófico da esquerda, ou ideias que se admitiram como seus princípios e bandeiras.
A questão dos impostos entronca nestas considerações.
Porque sempre ouvi defender, à esquerda, que os impostos são o contributo, para a sociedade, do cidadão com mais posses; são o meio do equilíbrio e da justiça sociais. São o carimbo da solidariedade.
Sê-lo-iam, sem dúvida, numa sociedade correcta, com um Estado justo e marcado por preocupações de equidade. São porventura o contrário disso, quando se trata de sobrecarregar a classe média em tempos de crise, para que o seu dinheiro ajude a salvar Bancos e empresas que a má gestão e os salários inadmissíveis puseram em perigo. São o contrário disso, quando se trata de uma repartição desequilibrada, que engorda o próprio Estado, mas não a Saúde nem a Educação públicas. São o contrário disso quando se trata de partir a espinha dorsal à função pública, numa insensibilidade que brada aos céus. São-no, quando o "fisco" se transformou num monstro total, cego e surdo, que alia a burrice à burocracia, devorando haveres, não pagando o que deve a tempo, leiloando, em hasta pública, casas e bens de quem não pôde cumprir, lançando famílias inteiras na miséria, sem um "desculpe" nem uma tentativa de solução.
A importância dos impostos para o equilíbrio e a justiça sociais?
Senhores, ide à merda!
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quinta-feira, maio 03, 2012
PARADOXO PATERNO
Meu filho: sinto-me às vezes desgastado, desgastadíssimo, mas não posso desistir de lutar contra ti, porque essa é a forma autêntica de lutar por ti
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