Considero-me de esquerda por três razões, que pesam precisamente por esta ordem: 1. sociais; 2. culturais; 3. afectivas; 4. ideológicas.
O facto de a esquerda como ideologia, ou conjunto de ideologias, ser a última das minhas preocupações na posição que assumo, não significa que não "teorize". Faço-o, e abundantemente. Mal ou bem, mas com abundância. Significa só que não me sinto preso a teorias, e que desrespeito alegremente, quando me parece que assim deva ser, o património filosófico da esquerda, ou ideias que se admitiram como seus princípios e bandeiras.
A questão dos impostos entronca nestas considerações.
Porque sempre ouvi defender, à esquerda, que os impostos são o contributo, para a sociedade, do cidadão com mais posses; são o meio do equilíbrio e da justiça sociais. São o carimbo da solidariedade.
Sê-lo-iam, sem dúvida, numa sociedade correcta, com um Estado justo e marcado por preocupações de equidade. São porventura o contrário disso, quando se trata de sobrecarregar a classe média em tempos de crise, para que o seu dinheiro ajude a salvar Bancos e empresas que a má gestão e os salários inadmissíveis puseram em perigo. São o contrário disso, quando se trata de uma repartição desequilibrada, que engorda o próprio Estado, mas não a Saúde nem a Educação públicas. São o contrário disso quando se trata de partir a espinha dorsal à função pública, numa insensibilidade que brada aos céus. São-no, quando o "fisco" se transformou num monstro total, cego e surdo, que alia a burrice à burocracia, devorando haveres, não pagando o que deve a tempo, leiloando, em hasta pública, casas e bens de quem não pôde cumprir, lançando famílias inteiras na miséria, sem um "desculpe" nem uma tentativa de solução.
A importância dos impostos para o equilíbrio e a justiça sociais?
Senhores, ide à merda!
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