sábado, março 05, 2011

LIBERTAR DIONÍSIO

O que é politicamente correcto, oh minhas duas seguidoras e alguns leitores avulso, o que é politicamente correcto é dizer que se não gosta do carnaval. Que se odeia o carnaval. E as máscaras, e as brincadeiras idiotas, a indisciplina invadindo e corroendo, que nojo!

Esperando não perder, com isto, as minhas duas seguidoras e os leitores avulso, amo o carnaval. Amo a própria ideia da partida e do logro, amo a euforia e a permissividade que nos permitem recarregar baterias, amo a libertação do lado dionisíaco, amo poder mascarar-me e não ser reconhecido. E até penso que é delicioso que não dure mais do que os três míseros dias que dura - porque, se não, não se constituiria como o contraste que é: em relação às regras do dia-a-dia.

Mais do que isto tudo, considero o carnaval absolutamente essencial ao equilíbrio social. Sim: é o pontual e brevíssimo desequilíbrio indispensável ao equilíbrio da sociedade. E, para terminar: na minha perspectiva, foi o «caso carnaval» que deitou abaixo, há anos já, o governo do senhor doutor Aníbal Cavaco Silva.

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