Os médicos podem ser processados por negligência. Podem não ter feito por mal, ou deliberadamente, que interessa isso ao homem que cegou ou à mulher que nunca mais poderá caminhar? Basta que se prove que o médico não fez tudo o que estava na sua mão para evitar o acidente. Lixa-se a vida a uma pessoa? Presta-se contas.
Mesmo um professor pode ser alvo de procedimento disciplinar. Os alunos queixam-se aos pais, os pais à direcção ou ao ministério. E até um juiz: já viram a ironia? A justiça poética? O juiz poderá ter de prestar contas por uma decisão que arruinou uma vida, se se prova que não foi isento ou imparcial.
Assim, de repente, e com excepção da de árbitro de futebol, a única profissão em que não se é julgado pelos erros que foram cometidos, é a de primeiro-ministro. Lixa-se um povo inteiro, milhares de mulheres e de homens, crianças, idosos, hipoetaca-se um país com séculos de história, e não tem de se responder criminalmente. Um primeiro-ministro e respectivos ministros dão-se ao luxo de destruir uma nação, e não têm de responder em tribunal.
Diz-se: serão julgados nas urnas. Pois!
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