Os D'zrt não são propriamente uns garotos. Embora finjam um pouco que sim: por exemplo, um deles, já quase nos seus gastos trinta anos, fazia, nos MORANGOS COM AÇÚCAR, o papel desadequado de um jovem adolescente apaixonado pela professora de Inglês; o outro, o inefável Zé Milho dos mesmos MORANGOS, também deve ter-se atrasado alguns anos na sua qualidade de miúdo, qualidade que não foi capaz de largar a tempo. E portanto, crescidotes como são, suspeito que, ao formarem uma banda, o sonho deles era serem uns tipos irreverentes, parasitando o hip-hop, com um público de jovens um pouco embriagados fazendo gestos obscenos e sacudindo-se a compasso nos seus concertos.
Observo, na televisão, o verdadeiro público dos D'Zrt: meninas de trancinhas e aparelho nos dentes, às cavalitas dos pais, bebés adormecidos no carrinho ou ao colo da mãe, miúdos de chucha, sardentos, alguns rapazolas com albuns de cromos debaixo do braço. E, aí, atenção: nem todos os rapazes! O meu filho olha com alguma indignação para o CD dos D'zrt que lhe ofereceram nos anos. Detesta-os. Tenho nisso algum orgulho, mas pouca influência. Os meninos que, em quase tudo o mais evoluem mais lentamente do que as meninas, nisto, parecem muito mais lúcidos. Os colegas do Duarte deformam-lhes as letras das músicas, ridicularizando-as divertida e gostosamente. Chego a ter pena do Topé e do Zé Milho!
Não acredito que o sonho dos D'zrt fosse esta multidão de crianças a pedirem-lhes autógrafos, com a caneta numa mão e a Barbie na outra.
quinta-feira, julho 06, 2006
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