segunda-feira, novembro 16, 2009
O QUE ME NÃO ANDA CÁ A CHEIRAR BEM
Bem sei que, para manter a prudência e não arvorar uma atitude desmoralizadora, seria exigível não dizer, ainda, mal da nova ministra da Educação.
Dou de barato que houve um equívoco, e não uma mentira, quando afirmou, de manhã, que não fora convidada para o governo e, nessa mesma tarde, se apresentava ao presidente como nova ministra.
Dou de barato que - a questão de anunciar, como tendo um mestrado (ou doutoramento) realizado numa universidade de Boston o que, pelos vistos, não foi senão um cursozeco de Verão com a duração de dois meses, seja um pormenor de somenos importância.
E agrada-me que receba os sindicalistas com uma postura agradável, distribuindo beijinhos e sentando-se diante deles, ao invés de, como fazia a anterior senhora ministra, se colocar altivamente à cabeceira da mesa.
São gestos, são sinais.
Pelos vistos, funcionam: os sindicalistas saem das reuniões muito satisfeitos, garantindo que este é «o princípio do fim do modelo», que tudo mudou, que a avaliação irá ser substituída.
No entanto, devo confessar, é precisamente essa alegria esfuziante dos sindicalistas que me preocupa. Porque, quando os oiço falar, tudo parece resolvido. Mas quando oiço a ministra, senhora dona Alçada, não detecto, não detectei por enquanto nenhum sinal que explique essa alegria.
Vejo-a simpática, mas não a oiço dizer que o modelo em causa está pronto para ir para o cesto de papéis. Pelo contrário, a senhora afirma que não se pode falar em suspensão; que há que aproveitar o que já está feito...
E, portanto, cheira-me a que, nesta história mal contada, alguém anda a fazer papel de tolo.
Serão os senhores sindicalistas? Ou eu não estou a ver bem?
Por uma vez, preferia que se viesse a perceber que o tolo era eu!
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