domingo, junho 27, 2010

É A ECONOMIA, ESTÚPIDO!

Nunca fui um incondicional adepto de Isabel Alçada. Já me vinha dos seus livros, de que não era grande apreciador. Mas a verdade é que, quando a vi no cargo novo, não pude deixar de pensar para mim próprio: Vai ser outra loiça! É uma escritora! É uma intelectual!

Ao estilo de argumentação do engenheiro Sócrates já me habituara. Dali não se espera a verdade, mas a falácia eficaz, ou seja, sem especiais preocupações de subtileza. Julguei que, pelo menos nesse aspecto, a ministra da Educação viesse a ser diferente.

Descubro que não. Que, no governo, existe uma espécie de contaminação. Que um certo estilo de argumentar, que não hesita em distorcer ou esconder as razões mais óbvias, se impõe rapidamente a todos os membros, com tiques idênticos e quase as mesmas palavras.

A questão não é, aqui, a da política que escolhem. A política parece-me péssima, mas se é a que têm para dar ao povo português, certamente será por um certo número de razões: não precisam de as esconder, apresentem-nas. Deixem que as discutam. São motivos económicos? Digam isso! Dizem respeito à crise? Há que poupar? Digam-no - mas não façam passar essas razões económicas por outras de outra ordem: políticas, éticas, pedagógicas. É feio. É falso.

Já ouviram o discurso da senhora ministra acerca do que a motiva a fechar escolas? É um primor de falácia e falsidade. É uma obra-prima de manipulação.

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