terça-feira, abril 10, 2012

ALÔ CÁ ESTOU EU, O BRISE CONTÍNUO

Este blogue foi a mãe de todos os meus blogues.
Aqui me estreei, me experimentei, testei ideias, escrevi contos e revelei sentimentos, relatei as experiências de um pai comediante ou de um professor filosofante. Fiz comentário político, de cinema ou de literatura.
Sempre pensei que este blogue seria o único a durar. O mais "eu" de todos.
E, no entanto, fui rareando as suas aparições, como uma Nossa Senhora de Fátima preguiçosa ou que deviesse ateia.
Outros blogues, em contrapartida, ganhavam pujança. O dos livros ganhou novos seguidores. No de cinema, escrevo de vez em quando. E este?
Já não me apetecia comunicar a minha intimidade cómica?

Por acaso, descobri ontem que havia um comentário. Acerca de um "post" antigo, sobre hip-hop, o "Falas de Azul": uma leitora cometera o mesmo erro que eu, e não perdeu a oportunidade de o comentar.
De repente, fui assaltado. À queima-roupa. Vieram de rosto encoberto, com martelos e ganchos nas mãos, ataram-me a uma cadeira e pediram-me contas. Bateram-me com um taco de baseball nas pernas. Eram as saudades...

Saí da experiência endoidecido, jurando voltar ao "kaostico", de cuja ausência també o meu primo viajante, emigrante, se queixa muito - meu pobre e longínquo primo, para quem o "kaostico" foi, pelos vistos, um vínculo à língua e ao humor portugueses...

Querem acreditar? O "kaostico" desfizera-se a tal ponto que já nem da palavra passe me conseguia lembrar.

Não quero nem posso prometer que este regresso seja "o" regresso. Talvez amanhã não venha.
Mas se me lembrar ainda da palavra passe, acredito que um dia volte.

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