Dudu e Daisy, meus filhos, têm uma interacção (como soi dizer) que me impressiona.
Ele irrita-a. Não consegue não. Ela grita, chora, protesta.
Eu ralho.
Dudu reage contrito, de cabeça baixa - ou, noutras vezes, responde-me: «Mas é assim que é suposto ser, pai». ["Suposto", como sabem, é o neologismo a que todos os jovens recorrem]. «É a relação de irmãos, funciona assim.»
O marmanjo tem dezasseis anos, a princesa seis. O papel dele, como irmão mais velho, pelos vistos, consiste em irritá-la.
O dela, em gritar por socorro. Adoro-os. Adoro-o. A ele também, embora me diga coisas como: «Eu, neste momento, não encontro em ti um pai. Só um Encarregado de Educação!» [Porque só me preocupo com as péssimas notas]
Num destes fins-de-semana foram arrumar o quarto da Daisy.
E quando fui verificar, deparei, na porta, com a seguinte lista de regras de utilização:
«REGRAS:
1) Não dar puns
2) Não estragar as coisas do quarto
3) Não desarrumar o quarto
4) Não entrar no quarto sem autorização
5) Não roubar as coisas do quarto
6) Não arrotar no quarto
7) Não comer nem beber no quarto
8) Descalçar os sapatos sujos da rua antes de entrar no quarto
Beijinhos, Daisy e Dudu»
Dudu é um jovem muito saudável, inteligente, preguiçoso, criativo, desarrumado e cheio de sentido de humor.
Tenho tido alguma dificuldade em conviver com as suas características negativas: a inteligência, a criatividade e o sentido de humor.
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