quarta-feira, novembro 12, 2014

RESSURREIÇÃO





     Entre o momento em que escrevi aqui o meu último "post" e o dia de hoje, em que escrevo, anos volvidos, um novo "último post", a vida veio sendo multiplamente vivida. Oh, sim, se foi: como um salmão meio doido lutei contra a corrente; como uma tartaruga tímida e temente esperei, sob a carapaça, manter-me intacto contra umas aves predadoras que lançavam, lá do alto, pedras para me romper; como um aguçado ouriço, deixei-me estar de modo a que o movimento dos outros sobre mim os aleijasse - a eles; como uma raposa matreira andei farejando odores de alegria e de felicidade; perdi coisas e agarrei-me, com unhas e dentes, ao que sempre me valeu a pena. Converti-me a isto ou àquilo, voltei costas a manias e obsessões. Depois de tudo, tudo, tudo, não só sobrevivi - o que já seria muito -, mas renasci. Ao longo da travessia mantive incólume o sonho. Trouxe-o sempre comigo. Protegido sob uma disparatada fé na possibilidade de o vir a realizar. «Disparatada»!? Man! Me aguardem!

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