Kaostico, como o próprio nome anuncia, foi, de certa forma, o caos original, o húmus primordial, o início de tudo.
Tendo agora começado a multiplicar-me em diversos avatares, em blogues que respectivamente se centram em interesses muito específicos, um de poesia, um de literatura, um de cinema, perguntei-me se não estaria, paulatinamente, a esvaziar o kaostico. Se, daqui para a frente, se me apetecesse falar sobre cinema não iria antes àquele, ou a um outro heterónimo bloguista para publicar um poema...
E, de repente, percebo que não. Que, por alguma razão, nos outros blogues tendo a ser bem-comportado. Que, para falar de livros, me civilizo. Quase a ponto de me tornar aborrecidamente snob. Percebo que, se quero realmente continuar a ser eu, no que tenho de mais instintivo, animal, incorrecto, desagradável, infantil, tempestuoso e irascível, o kaostico será onde desaguo.
E, mais, se nos outros me torno mais instruído, recorrendo às modernas tecnologias, ao que vou aprendendo, dou-me ao luxo de, no kaostico, prescindir de quaisquer meios. Ou quase: é assim que o aprecio, sem preliminares nem açúcar, forte, negro e bom como um abatanado pela manhã.
Nos outros blogues, descubro e partilho amores. É da esfera do Bem.
Neste, faço sexo. É da esfera do Bom.
Ali, sou divino. (Modéstia à parte...!)
Aqui, animal. Como canta Rita Lee.
terça-feira, julho 28, 2009
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