1. Os europeus habituaram-se a olhar para os americanos como para uma súcia de primitivos ricos. Aparentemente, toda a sofisticação teria ficado guardada na Europa. (Duvido que em Portugal...); os EUA seriam, portanto, um país de gordos, alimentados a McDonald's, Schwarzenegger e Simpsons.
2. Os europeus menos centrados sobre si próprios e menos iludidos, já sabiam que não é bem assim. Reconheciam o papel dos judeus norte-americanos, na literatura ou no cinema, como inteligente, inovador, culto e subtil. (Philip Roth, por exemplo, ou Woody Allen). Mas os judeus, mesmo os norte-americanos, são sempre uma espécie de europeus. E a judaica Nova Iorque parece-nos ser, no seio dos EUA, um luminoso enclave quasi-europeu...
3. Tudo isto é errado. Venho de Houston, no Estado do Texas, onde visitei um museu extraordinário, o Museum of Houston Fine Arts, que me apresentou, a par de pintores norte-americanos que gostei de descobrir, alguns quadros de Van Gogh, alguns de Cézanne, um Mondigliani de me fazer vir as lágrimas aos olhos, diversos Picassos, obras do sublime Pizarro, com os seus inesperados ângulos e a sua cor discreta, como sob neblina...
4. Podemos dar um salto da arte para a culinária? Hambúrgueres? Muito bem, pois falemos de hambúrgueres. Comi, em Houston, os melhores da minha vida - num restaurante médio, ou seja, não talvez dos mais caros, mas, certamente não, também, um fast-food. Com uma arquitectura impressionante, misturando paredes de tijolos vermelhos, de beco, e lustres resplandecentes, mesas de boa madeira, empregados risonhos, simpáticos, cocktails de se chorar por mais...
5. Ainda em torno da comida, reflicto, por comparação, que em Portugal não há restaurantes italianos. Vá lá, sejamos sérios. Esse é, entre nós, o nome que damos a umas casas que se especializam em pizzas pré-congeladas e massas. Mas em Las Vegas, para referir um exemplo, os restaurantes italianos onde comi são verdadeiros e puros restaurantes italianos, com empregados italianos, vinho italiano, pratos confeccionados por profissionais a sério, competentes no detalhe e refinados. Não existe assim tão italiano em toda a Europa. Talvez na Itália? Ora, ora. Suspeito que nem aí!
quarta-feira, setembro 01, 2010
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