Todos perceberam, no decorrer de um pretérito «Prós e Contras», que a Dra. Joana Amaral Dias, carregada de pergaminhos académicos como algumas senhoras-bem carregam os dedos de cachuchos, transporta, lá no fundo, sob aquela prosápia, poucas ideias, quase nenhuma interessante, e muitos mitos. Sobre a «autoridade» dos professores? Bem esprimido esse tópico, o que ela tem a ensinar-nos, e de graça, é esta pérola: em si, a autoridade seria um instrumento ideológico através do qual a burguesia se impõe. Vale a pena acrescentar algo? Não, pois não? Está bem, adeus!
Ao lado dela, ora se sentava, ora se acocorava um pouco sobre a cadeira para dizer umas quantas coisas, o eminente filósofo português José Gil, segurando sempre uma misteriosa folha na mão, folha essa que ninguém chegou a perceber o que era ou para que servia.
Acho alguma piada quando se dão ao incómodo de convidar um ilustre pensador para, com a devida reverência, o vermos e ouvirmos desfiar um rosário de banalidades. Pois o quê, que perorou, o autor de «Portugal, o Medo de Existir», acerca da autoridade? Em que consistiu, em suma, a lição do senhor sobre o assunto? Nisto. Que a autoridade se ganha. Que se conquista! Que emana de uma aura que certas pessoas têm - os verdadeiros professores!
Ora bolas. É uma banalidade digna de Mário Soares, o maior banalão que o nosso triste país de banalões e banalonas já foi capaz de dar à luz.
No meio, ficou completamente esmagado um senhor professor que tentara defender, contra os ventos e as marés dos grandes doutos, a simples ideia de que a autoridade dos professores lhes é delegada pelo Estado. Ponto. Estatuída pelo ministério da Educação de um governo legitimamente eleito.
Não?! Afinal não? A autoridade é unicamente um dom psicológico? Não tem contornos legais nem jurídicos? Não tem qualquer carácter institucional? É um poder de hipnotizar e ganhar o respeito pela simples presença?
Sejamos sérios. As duas autoridades existem. E não se confundem, embora uma possa estar mais ameaçada do que outra, nestes tempos conturbados.
O ensinante que conquista a turma pela sua força interior ou pela própria personalidade, será, certamente, um excelente mestre.
Mas era o que faltava que, aos que não têm esse sublime poder do olhar, da voz ou das ideias, ou aos que o têm mas, por acaso, se esqueceram dele ou não o encontram num dia mau, só restasse estarem, por força, sujeitos ao achincalhamento de garotos a quem os pais não ensinam quaisquer rudimentos de civismo e de civilidade.
Por mim, gosto sempre de me ficar a imaginar as Joanas Amaral Dias e os Josés Gil deste Portugalzinho de mentes estreitas a exercer a sua fascinante autoridade interior junto de umas turmas que eu cá sei...
terça-feira, abril 08, 2008
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