terça-feira, outubro 14, 2008

COISAS MINÚSCULAS À MARGEM DA SUFOCAÇÃO

Como é evidente, o tenebroso processo de avaliação entre pares em que me encontro submerso não conseguiu acabar comigo. Aperta, sufoca, desvitaliza - como, em certos filmes, quando a personagem se encontra num quarto estreito, e descobre que as paredes são móveis, e que deslizam de modo a vir a esmagá-lo se não descobrir uma solução até lá... -; cansa, entristece, deprime. Mas, por isso mesmo, a mínima coisa que se descobre à margem desse processo ganha uma importância e um significado quase resplandecentes.

Nessa medida, tenho vindo a tropeçar em pequenas maravilhas que gozo silenciosamente. Pequenas descobertas que adquirem proporções e significados inesperados; pausas minúsculas, tempos para respirar fundo diante de uma chávena de café, redescobertas constantes.

O café é uma dessas maravilhas. Aderi de uma vez por todas ao abatanado, rodeio-o de rituais e de fórmulas. Gosto dele muito quente e cheio.

Outra, é a leitura. É verdade que o tempo me tem vindo a ser roubado de uma forma inadmissível, mas dez minutos que me sobrem para passar mais uma página de «Detectives Selvagens» - que é grande e não terminarei tão cedo - é um tempo bem empregue. Um humor imprevisível, surrealista e frequentemente obsceno, uma escrita seca e sem floreados mas, paradoxalmente, de uma imensa criatividade, personagens carregadas de defeitos enternecedores de tão humanos, são os nós deste enorme texto.

Em matéria de banda desenhada, tenho a recomendar um blogue - chamemos-lhe assim: gráfico, cuja referência me foi indicada pelo filho de uma amiga minha, de Belas Artes. Fosse eu Janota ou Angel e punha-vos a clicar para voarem até lá. Assim, ponho-vos a escrever: http://imaginarte-imazine.blogspot.com - Olhem! Que espanto! Mal o escrevi, o endereço apareceu em azul; bruscamente, sem eu fazer nada, pronto para que cliquem. Estou a progredir, ein? Por acaso, mas estou, ein?

E assim vou resistindo.

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