Era uma vez três porquinhos.
O mais novinho era uma porquinha pequenina e com pouca experiência da vida, chamada Daisy.
O do meio, seu mano, era um porquinho astucioso e adolescente, a quem tratavam por Dudu.
O mais velho e mais experiente, cinquentão, pai dos outros dois, era o Prático.
Os três porquinhos foram, então, construir as respectivas casinhas.
A mais novinha, coitadita, não vos faz pena?, sem experiência de vida, sem consciência das agruras possíveis, previsíveis até, limitou-se a fabricar uma casita de palha.
O outro, ligeiramente mais sabido mas ainda pouco rodado, levantou, não muito longe, uma casa de madeira.
E o Pai Prático, todo lampeiro e esperto, construiu uma moradia de pedra, com dois andares, quintal e até uma piscina com vedação para impedir que os lobos a frequentassem.
Acontece que o Lobão desta história, o Banco, fez, primeiramente, uma visita à Daisy. Bem queria soprar, mas a Daisy, no seu linguajar infantil, limitou-se a dizer:
«Empéstimo?! Qual empéstimo?! Não, eu apagnei uma páglia e fije a cágnia xojinha, xem ajuda nenhuma!» (Tradução: apanhei umas palhas e tratei de fazer a casa sozinha, sem pedir nada a ninguém...)
Em face de Dudu, o Lobão fez também inúmeras tentativas de o encostar à parede. Mas o adolescente, com palavrões típicos de todos os adolescentes, espreitando pela janela, mandou-os passear:
«Qual @3£# de empréstimo qual carapuça! Vão mas é %&/! Tão a brincar??? Não me ?»=}§£$ o juizo!!!»
Quando chegou a vez do Pai Prático, o Lobão vingou-se ferozmente das anteriores frustrações. Soprou desalmadamente. Vimos a casa subir pelos ares, tijolo após tijolo. Desaparecer no firmamento. E o Banco a rir, Agora é que é! Huá Huá Huá! Querias casa? Com o Euribor neste descontrole? Eu dou-te a casa!!!
De modo que o porquinho Prático teve de fugir para casa dos filhos, onde vive hoje muito triste e temeroso, espreitando à janela, paranóico e infeliz.
Aguenta seis meses na casa de palha - e descansa da Daisy, durante outros seis meses, na casa do porquinho Dudu.
domingo, outubro 26, 2008
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1 comentário:
Este conto é muito deprimente, ó Prático.
Ass: Mais uma vítima do Lobão e da sua amiga Euribor
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