sexta-feira, novembro 11, 2005

RECOMEÇAR

1. O Kaostico teve uma falsa partida. Mea culpa. Reabre hoje, com a mesmíssima gerência mas uma outra estratégia. Em vez de atacar por todos os lados, sem pausas para café, deixem-me começar por explicar o conceito e o plano.
2. O Kaostico não tem um tema nem um assunto, nem ao menos uma área de interesses privilegiada. Daí o «Kaos» de Kaostico: mudança de registo e de plano a cada linha, séries de palcos, saltos e piruetas, ora desço aqui, ora subo além. Ah! Ah! Ah! Nunca estar onde me vêem, ou já lá não estar quando principiam a ver-me de mais. Espreitar de onde se não espera. Ah! Ah! Ah! Política e filosofia, debate, conto e poesia, anedotas e receitas, Ah! Ah! Ah!... hum... desculpem, isto é do nervoso, é da excitação.
3. Kaostico é, também, «cáustico»: não consigo não o ser. Às vezes lamento. Gostaria de poder exprimir antes o meu amor, a ternura que me toca, a graciosidade, a leveza, a esperança. Contudo, é inevitável: uma espécie de veneno que me amarga por dentro principia imediatamente a imiscuir-se-me nas palavras, a ocorrer, a escorrer e a corroer tudo aquilo em que toco. Hei-de, um dia, morrer de mim. Não por suicídio: mas de excesso de mim. Entretanto, queiram ler-me. Comentar-me.
4. E se não me chegarem comentários, terei de comentar-me a mim próprio - o que, obviamente, não deixarei de fazer. Virei com uma série de heterónimos prontos a tecer as mais duras críticas ou os mais vibrantes elogios. Se me poupassem esse trabalho...

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