Era verdade.
Os Glauss atacavam em massa.
Eram muitos, com aquela particularidade irritante de atacarem do ponto onde não podíamos prever.
A minha nave abanava ronceiramente.
Cruzavam-se raios por todos os lados. Havia explosões e tudo sacudia, como numa sucessão de sismos.
E de um momento para o outro, por frestas e rupturas que se alargavam e multiplicavam, os Glauss entravam, horrendos.
Curiosamente, a rainha e as suas súbditas, que tanto se enraiveciam contra as ordens de Mäix, desapareciam agora em gritos estridentes, cobardes, aflitos e, mais do que aflitos, aflitivos.
Voltei-me para o professor Karamba, enervado:
- Os teus poderes não foram capazes de prever este ataque? Que raio de...?
Não havia qualquer professor Karamba.
Regressado à sua verdadeira forma, já sem antenas minúsculas, encarando-me com uma fixidez sardónica, o Imperador dos Glauss sorria-me.
E falou:
- Não te assustes! Nós viemos simplesmente raptar a rainha e suas fêmeas. Não ofereçam resistência e nós vamos em paz. O nosso povo carece de fêmeas. Estas fêmeas carecem de macho. É tudo.
Sorri, mal crendo na felicidade que me ofereciam.
Quando sairam, levando consigo as Antoneqas da minha nave, mandei gravar, à entrada da cabine, esta frase histórica:
«Às vezes, os inimigos podem ser uma benção!»
FIM
terça-feira, julho 15, 2008
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