Não sou católico. Rasguei o cartão e desvinculei-me do catolicismo ainda jovem, assim que desatei a perceber que a sua essência obrigava a que eu acreditasse: a) na existência de Deus; b) na do Pai Natal; c) na de um homem - Cristo - que não era obcecado por sexo. Ora esta última hipótese parecia-me altamente improvável...
Isto dito, devo confessar que, do seio da igreja católica apostólica romana portuguesa tenho visto sair, nos últimos tempos, posições de uma coragem que merece referência e vénia. Faço a referência. A vénia não posso senão muito levemente, e só com a cabeça, porque estou sentado ao computador.
Por um lado, ao Bispo de Viseu, que teve a ousadia de vir dizer, contra as palavras de Sua Santidade, que o preservativo é importante: que, mais, há situações em que se torna até um imperativo moral.
Por outro lado, a um senhor pároco, o qual (num assomo de indignação contra o jogo em que um árbitro resolveu roubar o Sporting, perante a passividade da polícia - e a do Benfica, de resto, que pouco se mexeu durante os noventa minutos...), gritou, em plena homilia, que não baptizaria, doravante, nenhuma criança com o nome do mesmo árbitro: que se os pais insistissem nesse impronunciável nome, mil vezes maldito, fossem baptizar o filho à Luz!
Não quero que me tomem por algum irresponsável, que coloca tão diferentes atitudes no mesmo saco e ao mesmo nível. Não sou nenhum idiota, não sou nenhum inconsciente. Sei ver que a segunda posição é muito mais corajosa do que a primeira: ambas poderão sofrer represálias, é certo, mas as represálias dirigidas contra o Bispo de Viseu hão-de vir, afinal, simplesmente do Papa: e o Papa é um velhinho de saias.
Quanto ao pároco, talvez tenha de se haver com os Diabos Vermelhos. E parece-me que, para um padre, isso não é bom!!!
sábado, março 28, 2009
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2 comentários:
Hahahahaha! Excelente!
Já tinha saudade do teu humor irónico:)
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