sábado, julho 31, 2010

ANTÓNIO FEIO


Era bom e generoso. Como actor, foi capaz de fazer coisas muito más, valha a verdade, mas também do melhor. Os diálogos que mantinha com José Pedro Gomes, como Zezé e Toni, dois pintas típicos, cheios de filosofia barata e espírito de observação contundente, eram verdadeiramente impagáveis. E nunca esqueçamos que Feio, na companhia do mesmo José Pedro Gomes, se abalançou a representar O Que Diz Molero, de Dinis Machado, obra difícil e maior da Literatura Portuguesa.

Agarrava-se à vida com unhas e dentes, uma esperança desesperada, uma obstinação e uma teimosia que lhe eram próprias. Não ganhou.

O país, que não só o perdeu como, ainda por cima, continua com Sócrates e Queirós, está deprimidíssimo.

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