sábado, janeiro 12, 2008

CRIME NA PASSAGEM DE ANO (VIII)

OS APONTAMENTOS DE VIRGINIA TURTLE

OBSERVAÇÕES E PERGUNTAS. PÁGINA 2

«Tempo somente para garatujar umas [ilegível].
Porcaria do Inspector não me larga. Desconfia de mim. [Uma palavra, porventura uma obscenidade, muito riscada].

«Mr. Castorpopoulos [riscado; por cima, escreveu antes: O Janota] quis ir a sua casa. Apesar de ser perto (na verdade o Janota é o nosso único vizinho, com excepção dos velhos [nome ilegível] que não saem há anos) o [palavrão] do inspector não o deixou ir. «Mas eu também? Eu nem sequer estava cá!» Discute Janota. Agora aquietou-se. Deitou-se numa cadeira, com uma manta. Ressona. Ou finge.
John diz que ele não é tão rico como se supõe. Que joga! Que perde fortunas!

«Ouvi a conversa do inspector com Miss Melody. De morrer a rir. O inspector tratava-a como a uma rapariga normal. Deve ter ficado sem pinga de sangue, ouvindo-a dizer enormidades sobre os espíritos bons e os espíritos maus, sobre as vozes que a mandam purificar a casa queimando o cadáver do tio porque...

«Lá vem o inspector.

«Que seca! Que perseguição! Retomo os rabiscos. O culpado poderia ser...

«Não. Demasiado horrível.

«Seis horas da manhã. Angel acordou. Berra. O pai foi buscá-la, não vá ela acordar os outros.

«Oiço-a gritar para o pai: «Não. Tu não. Mãe. Qué' a mãe!» E o pai enervadíssimo a [palavra riscada]

«Mrs. Emily fala com John. Já não está tão desmaiada, parece! (Mazinha, mazinha, mazinha, Virginia)

«Entretanto, algo começa a clarificar-se na minha mente. Tenho de me apressar. Antes que o palhaço do inspector decida que a culpada sou eu!»

(CONTINUA)

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