segunda-feira, janeiro 28, 2008

O BURRO E O BEBÉ QUE TINHA FEITO CHICHI NA FRALDINHA. (MAS, INFELIZMENTE, O BEBÉ CÁ CÁ!)

Partindo do princípio de que os meus 1ooo e tal visitantes já se perderam no enredo da aventura dos deuses e que, por exemplo, o leitor-Zorba só se interessaria pela história se eu arranjasse por força maneira de o meter, como personagem, no interior da mesma, vou fazer uma breve interrupção, uma pausa, que aproveito para contar uma história muito, muito, muito mais simples: um conto infantil, na verdade.

O narrador sou eu próprio, enquanto conduzo o meu automóvel básico e esmurrado.
A ouvinte/interveniente é a Daisy, minha filha, que segue atrás, amarrada ao seu banquinho, e que não deve perceber a essência do que lhe vou dizendo, mas nem por isso se coíbe de ir mandando uns bitaites.

PAPÁ - Era uma vez um burro...
DAISY - Bulo...!
PAPÁ - ... sim, um burro, hi-hã, hi-hã! E então o burro encontrou um bebé.
DAISY - Bebé. Cá cá!
PAPÁ - Ah, ah, ah! Pois, Margarida, o bebé não tá cá, não é? Onde tá o bebé? O teu bebé? Em casa, não é?
DAISY - Bebé Cá cá!
PAPÁ - Mas não faz mal. Ouve.
DAISY - Cá cá!
PAPÁ - Queres ouvir ou não, gaita? Então, o burro encontrou...
DAISY - Bulo!
PAPÁ (levemente impaciente) - OUVE! O BULO, AAAH, O BURRO... [acalmando, reencontrando o tom carinhoso]... o burro encontrou o bebé...
DAISY - Cá cá! Bebé cá cá!
PAPÁ - Sim, sim, sim. E o bebé tinha feito chichi na fraldinha. E então estava a chorar.
DAISY - Ã-ã-ã! Ã-ã-ã!
PAPÁ - Pois, assim. E então...
DAISY - Ã-ã-ã! Ã-ã-ã. Bebé cá cá! O bebé? Cá cá!!!

Eu tinha-vos dito que uma historinha infantil era mais simples?
Desculpem.

2 comentários:

zorbas disse...

Estar de férias torna tudo mais difícil, pai da Daisy!... Podes sempre contar-lhe a história de um lindo gato preto, grande e gordo, com uns olhos hipnotizantes de um verde esmeralda... Ah! não sabes a história, desgraçado?!... Tens duas hipóteses: ou vais ler o original do Luis Sepulveda, ou pedes, imploras, que eu te conte a minha versão - a autêntica, a única - porque eu sou real e insubstituível.

Unknown disse...

Zorbas, promete que quando contares a tua história me convidas para ouvir...