Preparando, invejosamente, a partir de uma ideia angeliana, a minha própria lista dos dez filmes de vida, terei de realçar alguns pontos que me parecem de somenos importância mas muito interessantes:
Primeiramente, que se se derem ao trabalho de comparar esta lista com a de Angel, irão deparar com mais diferenças do que coincidências. «Então não pões The Godfather»?!, perguntar-me-ia ela. Nem «Pulp Fiction»? E eu: «E a ti, pá, escapou-te The Clockworl Orange»? São diferenças que se prendem, para além da singularidade do «gosto» de cada um (que será sempre o argumento definitivo), com o facto de sermos de gerações longínquas.
Segundamente, a decisão, da minha parte, de não inscrever filmes demasiado recentes. Por mais que me tenham impressionado, será que hão-de mesmo ter deixado vestígios em mim, daqui a cinco anos? Prefiro, pois, ver assentar a poeira.
E, finalmente, que lista é exactamente esta? A dos melhores filmes, aqueles que consideramos grandes obras - ou, mais modestamente, a dos filmes que nos marcaram, porventura por razões banais? Trata-se, aparentemente, de uma distinção simples que, na prática, o não é. Só assim explico que me custe deixar de parte um filme como «Trinitá», datado, limitadíssimo e que, hoje, me não faria porventura esboçar o menor sorriso, mas, na minha adolescência, me soou como de uma frescura, de uma originalidade, de uma graça até, que jovens como a Angel não poderiam entender. (Seria um filme para o banco dos suplentes da lista de seleccionados...)
Posto isto, vamos à lista que se faz tarde:
1. What's Eating Gilbert Grape?, de Lasse Hallstrom (com Johnny Depp e introducing Leonard DiCaprio, este último, aos doze ou treze anos, na única representação magnífica que já o vi executar: por acaso, a de uma criança com deficiência mental)
2. Blade Runner, de Ridley Scott
3. Lolita, de Stanley Kubrick
4. Total Recall, de Paul Verhoeven
5. 1900, de Bernardo Bertolluci
6. O Lucky Man, de Lindsay Anderson
7. O Terceiro Homem, de Carol Reed (Joseph Cotten e Orson Welles, ah!)
8. Blue Velvet, de David Lynch
9. E la Nave Va, de Frederico Fellini
10. A Laranja Mecânica, de Stanley Kubrick
Mas, no banco dos suplentes:
11. 2001: Odisseia no Espaço, de Stanley Kubrick
12. O Charme Discreto da Burguesia, de Luis Buñuel
13. I Clown, de Frederico Fellini
14. Eduardo Mãos-de-Tesoura, de Tim Burton
15. Feios, Porcos e Maus, de Etore Scola
16. Trinitá, Cow-boy insolente, de Enzo Barboni
quinta-feira, janeiro 17, 2008
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3 comentários:
Total Recall?! Espantaste-me. Sim, também o tenho, mas não estava à espera. A Laranja Mecânica, sim, sim... não escapou, mas não está nos dez, snif, snif! E quanto ao DiCaprio, que foi sempre uma das minhas embirrações, redimiu-se perante mim no Blood Diamond. Se não viste, tens que ver.
E por falar em westerns... lembrei-me do spaghetti: que te parece o C'era una volta il West?
Ah, é verdade, gostei dessa cena das gerações "longínquas" :)
Muito bom, sim! Há outros spaghetti-westerns imperdíveis. E westerns-westerns, por que é que nem tu nem eu fomos para aí?
Já agora, em relação ao Total Recall: espantou-te por que não o aprecias? Acha-lo menor? Sabes que foi onde o Schwarzegger me começou a surpreender - coisa que não parou de fazer??? É um grande filme. A cena da cabeça de mulher que emperrou é de mais.(E tenho pena de não ter posto Hitchcok. Que tal Psycho, já agora?)
Mas se esperas cinco anos a ver que marcas deixam em ti, tens que alterar a designação do teu top: A minha lista (entre o ano X e o ano Y)!
Gabo-vos a capacidade de listar preferências, mas bem vejo que a lista do kaostico vai em
16...por isso questionei a angel acerca do filme que ocuparia o 11º lugar. É uma dificuldade que não contorno, portanto, não consigo fazer o meu top+; talvez porque as minhas preferências são demasiado abrangentes (ou porque simplesmente não gosto de me comprometer). Já para fazer o meu top-...é um caso a ver.
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